Casos de violência contra idosos são subnotificados, diz gerontologa; no ano passado foram 8 ocorrências de violência contra idosos

Os casos de violência contra idosos são subnotificados em todo país e não é diferente em Lençóis Paulista. A afirmação é da gerontologa, Nadia Placideli Ramos, que está à frente do Centro Dia do Idoso. Em entrevista ao 90.1 Notícias na manhã desta quinta-feira, 15 de junho, Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa, ela explicou que a violência contra a pessoa idosa é um fato ocorre no nosso país e no mundo inteiro, inclusive no nosso município. “A violência contra a pessoa idosa é algo obscuro”, afirmou, ao acrescentar que o maior agressor geralmente é um filho ou um neto, uma neta.

Nadia fez questão de salientar as tipologias de violência. “Nós temos a violência física, psicológica. Nós temos a violência sexual que ocorre sim, apesar de muitos acreditarem que não ocorre. Especialmente o perfil desse idoso que sofre a violência sexual é aquele idoso totalmente dependente, acamado, além do abandono e também a violência financeira ou patrimonial. Quando a gente olha, por exemplo, para a violência doméstica contra a mulher, para a violência contra a criança e adolescente, no idoso, nós temos a auto negligência, explicou Nadia Placideli Ramos.

Números do Conselho do Idoso

Levantamento realizado pela Conselho Municipal do Idoso, aponta que Lençóis Paulista tem 11894 idosos. Segundo o presidente do órgão, Guilherme Gabas, o número da população idosa é de 17,1%, maior que a média do Estado. Contou que em 2019 foram 6 denúncias, 2020 registradas 8, 2021 saltou para 15 e em 2022 foram 13 denúncias de violência contra idosos registrados pelo CREAS (Centro de Referência Especializado em Assistência Social). Grupo interministerial é criado para enfrentar a violência financeira e patrimonial contra a pessoa idosa. Segundo a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, só esse ano, até o começo de abril, já haviam sido registradas 17.372 denúncias do tipo.